A cobertura jornalística de guerra teve origem na segunda metade do século XIX, sendo William Howard Russel, o primeiro correspondente. No entanto, existem registros dos chamados cronistas de guerras onde Júlio César, antigo Imperador Romano, é um dos destaques em seu diário De Bello Galico.
A diferença dos antigos correspondentes para os atuais é que, estes últimos, prestam serviços para determinado veículo de comunicação específico.
A invasão do Complexo do Alemão, nesta manhã, por policiais e militares colocou à prova a capacidade dos jornalistas brasileiros na cobertura, "in loco", de conflitos de alto potencial.
Os conflitos começaram no último domingo, 21, quando bandidos deram início a uma série de ataques criminosos, incendiando veículos.
Autoridades fluminenses consideraram esses ataques como uma retaliação à implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em várias favelas do Rio de Janeiro, o que reduziu o poder dos traficantes nesses pontos.
Desde o início da semana, começou uma operação de combate aos criminosos. A Marinha do Brasil foi a primeira das forças federais a darem apoio à polícia do Rio de Janeiro, com tanques blindados. O Exército, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal também compuseram, logo em seguida, a força de segurança. O judiciário entrou na "guerra", decretando a transferência dos principais chefes do tráfico para as penitenciárias de segurança máxima nos estados de Rondônia e Paraná. Determinou, também, o sequestro dos bens dos criminosos, além da prisão dos gerentes destes, os chamados "testas de ferro", e dos advogados envolvidos com o crime organizado.
A parte final deste conflito parece desenhar-se desde a manhã deste domingo, 28, quando a força de segurança recebeu ordem para retomada de território no Complexo do Alemão.
Igualmente empenhados, encontram-se inúmeros profissionais de imprensa do Brasil e do mundo, armados com seus coletes à prova de bala, microfones, câmeras, laptops e celulares. Um verdadeiro batalhão de guerreiros da comunicação que buscam os melhores ângulos, desviando-se de tiros ( e muitas vezes sendo atingidos por estes ). Tudo isso para colocar o espectador dentro da cena, do contexto. Eles rastejam-se, utilizam helicópteros e até mesmo dividem espaço com os policiais e militares dentro dos blindados, demonstrando todo o empenho e vontade de apurar os fatos, mostrar a imagem e difundir a informação.
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